terça-feira, 10 de novembro de 2015

Pelo Flip

Quando Kevin Love decidiu que não queria mais jogar pelo Minnesota Timberwolves, a primeira reação pública foi de pena pela franquia de Minneápolis que via seu melhor jogador desde Kevin Garnett abandonar o barco sem sequer ter jogado uma partidinha de playoffs.

O futuro não era bonito: o companheiro de garrafão de Love, Nikola Pekovic até hoje não consegue ficar em quadra dois minutos seguidos sem se machucar. Ricky Rubio chegou na NBA com status de jogador-sensação mas não parecia ter evoluído nadinha desde que chegara à NBA. O resto do elenco contava com apenas um jogador de relativo destaque: Kevin Martin e mesmo este já dava sinais de declínio.

O que aconteceria então com essa pobre franquia? Nem mesmo o draft parecia ajudar muito, já que a equipe estava presa num espaço terrível na NBA: a mediocridade. Nem disputava pra valer e nem pegava uma escolha boa do draft. Sua escolha 13 no draft de 2014 não prometia mudar o curso da franquia.

Mas eis que apareceu um salvador. Um salvador campeoníssimo da NBA e um dos maiores de todos os tempos: LeBron James!!

LeBron James nos Wolves?? Claro que não!! Mas ao preparar sua volta ao Cleveland Cavaliers, LeBron James precisava de um time para lhe ajudar a disputar títulos. Cleveland possuía a primeira escolha do draft 2014. Excelente para qualquer time. Não suficiente para LeBron James. O Cleveland então ofereceu ao time de Minneápolis o negócio dos sonhos de qualquer GM:

- Oi, você poderia me mandar esse jogador caríssimo e que não quer mais ficar com vocês em troca desse canadense Andrew Wiggins que acabei de escolher com a primeira escolha de um dos drafts mais aguardados e comentados de todos os tempos? O salário dele vai ser limitado por muito tempo, o potencial dele é absurdo e de quebra, ele tem um jogo de post up que já funcionará na NBA e pula até encostar a cabeça no teto. Vai?

E os Wolves foram.

Depois de um ano de novos problemas físicos entre Rubio e Pekovic, e grandes mostras de talento de Wiggins, os Wolves foram péssimos de novo. E isso foi ótimo. Nova primeira escolha do Draft.

Orquestrando tudo isso, meio na base do bumba meu boi estava o GM Flip Saunders. Flip foi o técnico dos Timberwolves durante praticamente toda a era de Kevin Garnett. Depois fez um trabalho pra lá de decente com os Pistons e deu umas pebadas pelo Wizards.

Voltou para os Wolves na posição de GM em Maio de 2013, com a situação de Kevin Love já ficando periclitante. Vai ser sempre lembrado como o GM que não entrou em pânico. Era natural que um GM novato, buscasse logo fechar uma troca por Love antes que o contrato deste acabasse e a equipe ficasse a ver navios. Flip teve paciência e essa paciência lhe rendeu Wiggins. Ele até decidiu acumular a função de técnico também. Já que o time ia perder, pra que pagar alguém pra isso?

Em 2015, Flip fez mais uma negociação carismática. A equipe que havia investido em Thaddeus Young, ala-pivô bom, mas nada demais, decidiu que não valia a pena continuar com ele. Thaddeus já não tinha muito valor de troca, então Flip Saunders fez uma troca pra lá de inusitada. Trouxe de volta Kevin Garnett, o maior nome da franquia e lhe deu a missão de ser exemplo para a garotada, já que em quadra KG não contribui nem de longe com o que fazia antes.

No Draft desse ano então, com posse da primeira escolha, Flip Saunders dá sua última grande contribuição direta aos Timberwolves: escolhe o dominicano Karl-Anthony Towns. Meses depois, a NBA perdia Flip Saunders para o câncer.

                                         *vídeo exibido na abertura da temporada em casa. 
                         obs: Se der uma travadinha, pule para uns 50 segundos que funciona.

O time que recebeu em choque a notícia, prometeu dedicar essa temporada a ele. O time que ele deixou aqui é talentoso, jovem e MUITO divertido.

Ricky Rubio, finalmente parece 100% de saúde e tem mostrado um aspecto novo no seu jogo: não tem mais medo arremesso de meia distância. Wiggins continua a mostrar doses cavalares de amadurecimento. Karl-Anthony Caos aparenta ter potencial digno de Anthony Davis e a equipe ainda conta com o campeão de enterradas Zach Lavine, Gorgui Dieng e o MVP da última Euroliga e calouro na NBA, Nemanja Bjelica.

Talvez não dê pra chegar aos playoffs, mas estarei torcendo fervorosamente para que isso aconteça. Toda equipe em formação precisa de experiência de playoffs, mesmo uma varrida contra, para se tornar realmente forte.

A equipe então busca hoje a primeira vitória em casa na temporada (perdeu as duas em casa, ganhou as quatro que disputou como visitante) contra outra equipe que também deseja acabar com a seca de playoffs: Charlotte Hornets. Será um jogo interessantíssimo.

Não vacile ou você vai acabar perdendo coisas como essa...



como essas...



como essa aqui...




ou Deus te perdoe, como essa:

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